domingo, 27 de abril de 2014
domingo, 13 de abril de 2014
Que tal falar um pouco sobre a questão da avaliação no Ensino Superior? Questão que envolve polêmicas, pois mostra que avaliar não é uma tarefa simples mas extremamente complexa...
Conversando sobre : Instrumentos e técnicas de avaliação na Educação
Dialogando com alguns autores percebe-se que a avaliação é um
processo de coleta de dados sobre a aprendizagem e tem por objetivo analisar o
progresso dos estudantes com vistas
à tomada de decisões quanto ao que fazer
para garantir que a aprendizagem seja
cada vez mais efetiva. Para obter essas informações, podem ser
utilizadas várias técnicas dependendo dos objetivos e da natureza do componente
curricular que está sendo avaliado.
Auto-avaliação
Consiste na formulação de alguns critérios de avaliação para que o próprio estudante
analise criticamente sua aprendizagem no
decorrer de um período. Nas primeiras vezes em que forem convidados a se
auto-avaliarem, é possível que os
estudantes apresentem algumas dificuldades e inibições ou que reproduzam o estereótipo que entende a
avaliação como uma nota e procurem se avaliar de maneira excessivamente positiva para direcionar o olhar do professor
rumo a uma nota alta.Mas no decorrer dop rocesso, se o professor orientar
claramente os alunos acerca do objetivo desse trabalho, estes vão desenvolvendo
a autonomia e sendo cada vez mais críticos na auto-avaliação. Segundo
Sant’Anna, graças à auto-avaliação os alunos adquirem uma capacidade cada vez
maior de analisar suas próprias aptidões, atitudes, comportamentos, pontos
fortes, necessidades e êxito na consecução de
propósitos.
Apresentação oral
Uma das atividades de cunho avaliativo, a apresentação oral
objetiva avaliar o domínio do conteúdo pelo aluno ou pela equipe, alem das
habilidades de uso da língua portuguesa com clareza e coerência. É importante
que o decente estabeleça critérios para avaliação desse tipo de atividade, de
modo a garantir um certo nível de objetividade.
Trabalhos em Grupo
A avaliação de trabalhos em grupo exige alguns cuidados.
Inicialmente é preciso ter claro que, já no momento da explicação do trabalho
para a turma, é estabelecida a possibilidade de uma avaliação criteriosa que
realmente contribua para a aprendizagem. É necessário tomar alguns cuidados,
tais como deixar clara a razão do trabalho, apresentar
os objetivos que se pretende alcançar com a sua execução, contextualizar o trabalho, estabelecer seus
limites e extensão, produzir cronograma, explicar desde o início, quais serão os
critérios de avaliação dentre outros.
No decorrer das aulas,
será necessário também orientar o
planejamento e execução do trabalho. É muito importante que se exija o
desenvolvimento de uma problematização e não apenas a pesquisa de um tema na
biblioteca.
O estabelecimento de
critérios de avaliação negociados com a turma já no momento da solicitação
também é muito importante. Os trabalhos em grupo podem ter ainda caráter
prático, como no caso de realização de experiências ou testes em laboratório,
planejamento de ações, manipulação de aparelhos ou ferramentas, simulação de
tarefas, construção ou orientação de um produto (peça publicitária, maquete,
planta,projeto, etc.), dentre outros.
Produção de textos
Trata-se de avaliação de resumos, fichamentos, resenhas,
relatórios ou de outros textos nos quais o estudante precise expressar uma
construção própria sobre um tema ou uma problematização, como ocorre na
produção de um artigo.
Em todos os casos é importante verificar a adequação de texto à proposta. Dito de
outra forma, se o solicitado for uma resenha, o texto precisa ter a estrutura
de uma resenha e não de um resumo. Mas, não basta supor que os alunos conheçam
cada um desses modelos. É importante retomar as características e a estrutura
dos textos com os alunos no momento de sua solicitação: qual a estrutura
deles,que características devem ter, a adequação às normas técnicas, as
referências básicas que devem orientar a produção, etc. Mas uma vez, insistimos que é no momento do ensino que se
garante uma produção e, portanto uma
avaliação que favorece a aprendizagem.
Portfólio
O objetivo principal do portifólio é demonstrar o processo e,
por isso mesmo, não elimina a necessidade de propor aos alunos momentos em que
são chamados a fazer sínteses de suas aprendizagens. Por outro lado, para que
possa realmente cumprir a função de orientar a aprendizagem dos alunos e o
trabalho do professor- mostrando-lhe o que ainda precisa ser retomado-, precisa
ser verificado periodicamente.
Trabalhos de pesquisas
No ensino superior, os trabalhos de pesquisa devem assumir
característica de busca autônoma do conhecimento. Por isso, não podem de modo
algum, configurar-se como mera “pesquisa sobre...”. Cabe ao docente encaminhar
as pesquisar a partir uma problematização, como fundamento para análise de um
caso, como referência para análise do pensamento de um autor etc.
Aplicação de provas
Consiste em um momento no qual o estudante deve “provar” que adquiriu o conhecimento trabalhado num período de tempo. Por se tratar de uma situação pontual, é importante que seja relativizada e compreendida como um elemento de reflexão para professor e aluno. Após a correção, a prova deve ser comentada com os alunos, pois só assim se transformará em elemento de aprendizagem.
Toda discussão a cerca do papel e da importância da avaliação como processo
não descarta a utilização das provas,principalmente no caso em que o professor
tem poucas horas/aulas com a turma em questão, o que relativamente comum no
ensino superior. Mas como nos lembra Moretto, a prova precisa ser transformada
num momento privilegiado de estudo e deixar de ser um acerto de contas entre
professor e aluno.
Avaliar exige uma postura crítica e reflexiva envolvendo
todos os sujeitos que dela participam, pois ser cidadão não é só estar inserido
nas práticas sociais, mas também saber intervir, sobre elas.
A avaliação implica um encontro com os outros, como pessoas,
e se concretiza em projeto de melhoramento que sirva para potencializar os
professores por meio do diálogo e reflexão de sua prática. Entendida assim, não é uma simples
metodologia, mas uma filosofia que define aspectos essenciais que se apóiam em
uma teoria do sujeito, da escola, da sociedade, dos valores e do conhecimento.
(ENRIQUEZ& MARTINEZ apud Sobrinho,2000:p.172)
Avaliação diagnóstica
É um instrumento do
nível de conhecimento que o aluno possui, que visa detectar a presença ou a
ausência do conhecimento do mesmo. O diagnóstico se constitui de uma sondagem
da situação de vivências e desenvolvimento de cada pessoa envolvida no
processo. A avaliação diagnóstica leva em consideração todos os elementos e as
circunstâncias que fazem parte daquela realidade.
Segundo uma crítica
recorrente, o professor só realiza a avaliação diagnóstica quando parte da
concepção de que nenhum ser humano é igual ao outro,cada ser é único na sua
singularidade e relevância.
Diante de tal
entendimento, a relação entre professor e aluno deve se dar por meio de uma
prática dialética,na troca entre ambos os participantes do processo do
conhecimento.
Avaliação formativa
Tem como preocupação central coletar dados para reorientar os
processos de ensino e de aprendizagem. Empregada durante todo o processo
considera todos os aspectos educacionais e permite a continuidade ou
redimensionamento do processo de ensino.
Uma avaliação
formativa deve ter como sede principal os fins da instituição, o que pressupõe
a necessidade de compreender os meios para atingi-los. Estamos diante de um
fenômeno epistemológico que significa, ao mesmo tempo, limite e potencialidade
É limite porque temos que nos deter aos fins que queremos alcançar,
enredando-se na circularidade hermenêutica, e é potencialidade porque
precisamos compreender os meios, estruturá-los e fundamentá-los com coerência
diante uma realidade complexa. A intencionalidade construtiva facilita a
passagem da atitude passiva ante a mera posição participativa, que é facilitada
por esse tipo de propedêutica, buscando lógicas humanísticas e criticas de um
processo formativo.
Este tipo de avaliação
fundamenta-se em aprendizagens significativas e funcionais, que se aplicam em
diversos contextos e se atualizam o quanto for preciso para que se continue a
aprender, prezando uma educação continuada. Somente neste contexto, é possível
falar em avaliação inicial e final, que contribui para o desenvolvimento das
capacidades dos alunos e amplia a
qualidade de ensino, prevendo-se que os sujeitos possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes.
Avaliação Mediadora
Trabalha os mesmos
princípios e fundamentos da avaliação formativa. Tem como principal enfoque
mediar e intervir de modo que ajude o aluno a progredir e superar suas
dificuldades. Introduz a problemática do erro em perspectiva dialógica e
construtiva, refletindo o paradigma positivista da avaliação, encaminhando o
indivíduo à superação e ao enriquecimento do conhecimento.
A tarefa da educação
deve estar embasada na dinâmica de ajudar o educando a desenvolver
reflexivamente formas de pensamentos consideradas relevantes na sociedade e,
mais que isso, partir da perspectiva de descobrir o que sabe, quem aprende e o
modo como assimilou tais conhecimentos.
A avaliação formativa
considera os aspectos cognitivos e evolutivos do ser humano, fundamentando-se em seus processos afetivos,
relacionais e de aprendizagem e concretizando-se em seus aspectos funcionais e
significativos dos diversos contextos de
aprendizagem para a vida para efetiva
reforma de ensino.
A avaliação formativa
é avaliação reflexiva, que propicia ao
aprendiz perceber e ser dono do seu processo de aprendizado, dinamizando a
oportunidade de ação-reflexão, de criação e reformulação.
sexta-feira, 4 de abril de 2014
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